Promoção da saúde da população negra e caminhos para a equidade racial no Brasil

A saúde pública reflete a realidade social de um país. Uma boa saúde é resultado de um conjunto de fatores, como educação, renda e acesso a alimentos saudáveis, moradia e saneamento básico.

No Brasil, onde 56% da população se autodeclara preta ou parda, o racismo estrutural impede o acesso pleno desses grupos a esses direitos fundamentais. Isso impacta negativamente a prevenção de doenças e a promoção da saúde dessa parcela majoritária da população e compromete a qualidade de vida de milhões de brasileiros e brasileiras.

Distribuição da população por cor/raça no Brasil

(Censo 2022)

Parda: 45,3%

Branca: 43,5%

Preta:10,2%

Indígena: 0,8%

Amarela: 0,4 %

A coleta dessas informações é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utiliza o critério de autodeclaração para classificar a população brasileira em cinco categorias raciais: amarela, branca, indígena, parda e preta. No Brasil, a população negra é composta pela soma dos grupos pretos e pardos, representando a maioria dos brasileiros (55,5%).

70%

das pessoas na faixa de pobreza e extrema pobreza são negras.

Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2023

60%

dos lares chefiados por pessoas negras convivem com insegurança alimentar.

Fonte: PENSSAN, 2022

2X

maior é a taxa de analfabetismo entre negros comparada à de brancos.

Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2023

65%

é a diferença salarial média entre pessoas negras e brancas, com negros ganhando menos.

Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2023

Essas barreiras ao acesso a condições básicas se refletem em piores indicadores de saúde para a população negra.

A mortalidade materna é 65% maior entre mulheres pretas

Pessoas negras morreram 57% a mais do que as brancas no primeiro ano da pandemia de Covid-19​

74,7% das internações por doença falciforme foram de pessoas negras

Em 2019, 62,9% das pessoas pretas consideravam sua saúde boa ou muito boa, enquanto entre as pessoas brancas esse percentual era de 71%.

Os últimos 30 anos trouxeram avanços significativos na redução das desigualdades raciais na saúde, impulsionados pela luta dos movimentos negros, como a criação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra em 2009, fruto da articulação entre movimentos sociais, especialistas e o Estado. Ainda assim, desafios persistem, e a busca por equidade deve ser contínua.

Para aprofundar o entendimento das desigualdades, é preciso que dados sejam devidamente coletados e evidências sejam produzidas. Embora existam bases de dados com boa cobertura no quesito raça/cor no Brasil, ainda são muitos sistemas com baixa completude nesse campo.

E para além da melhoria na coleta dos dados, ainda há outro desafio: não basta ter o dado. A dimensão racial precisa ser verdadeiramente considerada nas tomadas de decisão de forma multisetorial e transversal. E isso não pode ser feito pontualmente: é necessário um monitoramento constante das estatísticas de saúde da população negra.

Pensando nisso, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) firmou parceria com a organização de saúde pública Vital Strategies para a criação desta plataforma, que disponibiliza informações oportunas e acessíveis para toda a sociedade, em especial para a gestão pública. Com financiamento do Instituto Ibirapitanga, esse projeto articula diferentes parceiros para gerar, interpretar e disseminar dados, promovendo gradativamente a transformação nas desigualdades raciais existentes nas políticas de saúde no Brasil.

O portal Equidade Racial e Saúde consiste em uma plataforma dinâmica, que será atualizada periodicamente com novas pesquisas conforme forem sendo desenvolvidas pelas entidades parceiras e pessoas pesquisadoras das áreas de epidemiologia e desigualdades raciais em saúde.

Além de reunir novos estudos, com informações voltadas a informar tomadas de decisão, essa plataforma tem compromisso com a ação, trazendo propostas e recomendações que visam o fortalecimento das políticas para equidade racial na saúde.

Promoção da saúde da população negra e caminhos para a equidade racial no Brasil

 

A saúde pública reflete a realidade social de um país. Uma boa saúde é resultado de um conjunto de fatores, como educação, renda e acesso a alimentos saudáveis, moradia e saneamento básico.

No Brasil, onde 56% da população se autodeclara preta ou parda, o racismo estrutural impede o acesso pleno desses grupos a esses direitos fundamentais. Isso impacta negativamente a prevenção de doenças e a promoção da saúde dessa parcela majoritária da população e compromete a qualidade de vida de milhões de brasileiros e brasileiras.

Distribuição da população por cor/raça no Brasil

(Censo 2022)

Parda: 45,3%

Branca: 43,5%

Preta:10,2%

Indígena: 0,8%

Amarela: 0,4 %

 

A coleta dessas informações é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utiliza o critério de autodeclaração para classificar a população brasileira em cinco categorias raciais: amarela, branca, indígena, parda e preta. No Brasil, a população negra é composta pela soma dos grupos pretos e pardos, representando a maioria dos brasileiros (55,5%).

70%

das pessoas na faixa de pobreza e extrema pobreza são negras.

Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2023

60%

dos lares chefiados por pessoas negras convivem com insegurança alimentar.

Fonte: PENSSAN, 2022

2X

maior é a taxa de analfabetismo entre negros comparada à de brancos.

Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2023

65%

é a diferença salarial média entre pessoas negras e brancas, com negros ganhando menos.

Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2023

Essas barreiras ao acesso a condições básicas se refletem em piores indicadores de saúde para a população negra.

A mortalidade materna é 65% maior entre mulheres pretas

Pessoas negras morreram 57% a mais do que as brancas no primeiro ano da pandemia de Covid-19​

62% das pessoas diagnosticadas com HIV são negras

Em 2019, 62,4% das pessoas pretas consideravam sua saúde boa ou muito boa, enquanto entre as pessoas brancas esse percentual era de 71%.

Os últimos 30 anos trouxeram avanços significativos na redução das desigualdades raciais na saúde, impulsionados pela luta dos movimentos negros, como a criação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra em 2009, fruto da articulação entre movimentos sociais, especialistas e o Estado. Ainda assim, desafios persistem, e a busca por equidade deve ser contínua.

Para aprofundar o entendimento das desigualdades, é preciso que dados sejam devidamente coletados e evidências sejam produzidas. Embora existam bases de dados com boa cobertura no quesito raça/cor no Brasil, ainda são muitos sistemas com baixa completude nesse campo.

E para além da melhoria na coleta dos dados, ainda há outro desafio: não basta ter o dado. A dimensão racial precisa ser verdadeiramente considerada nas tomadas de decisão de forma multisetorial e transversal. E isso não pode ser feito pontualmente: é necessário um monitoramento constante das estatísticas de saúde da população negra.

Pensando nisso, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) firmou parceria com a organização de saúde pública Vital Strategies para a criação desta plataforma, que disponibiliza informações oportunas e acessíveis para toda a sociedade, em especial para a gestão pública. Com financiamento do Instituto Ibirapitanga, esse projeto articula diferentes parceiros para gerar, interpretar e disseminar dados, promovendo gradativamente a transformação nas desigualdades raciais existentes nas políticas de saúde no Brasil.

O portal Equidade Racial e Saúde consiste em uma plataforma dinâmica, que será atualizada periodicamente com novas pesquisas conforme forem sendo desenvolvidas pelas entidades parceiras e pessoas pesquisadoras das áreas de epidemiologia e desigualdades raciais em saúde.

Além de reunir novos estudos, com informações voltadas a informar tomadas de decisão, essa plataforma tem compromisso com a ação, trazendo propostas e recomendações que visam o fortalecimento das políticas para equidade racial na saúde.

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